O disco da Gwen Stefani é o guilty pleasure do ano. As letras são tão pouco profundas que fazem os livros da Margarida Rebelo Pinto parecer tratados de filosofia. Falam de moda, das raparigas de Harajuku e da Viviane Westwood vezes sem conta. Há mais estilo que substância, mas como ela própria canta “style is style, fashion is fashion”. O álbum é plástico às cores.
E está lá tudo: os anos 80, os anos 90, os anos 90 quando fingiam que eram os anos 80, R&B, new wave, funk e hip-hop. Há músicas que transpiram a Madonna dos anos 80 (há mesmo uma que arranca com cordas à la ‘Material Girl’), há referências a ‘Another One Bites The Dust’, há New Order puro (roupa nova para ‘Bizarre Love Triangle’) e Cyndi Lauper.
É trash, é kistch e é o disco pop de 2004.
‘Love Angel Music Baby’ está à venda no iTunes.
Ah, então não é um aproveitamento barato de milhões de coisas que outros já fizeram, pilhando décadas de música com o capote protector do ‘revival’! É, genialmente, um aproveitamento barato de vários aproveitamentos baratos de milhões de coisas que outros já fizeram, pilhando um punhado de indigentes sem ideias e com um ‘hype’ desmerecido à sua volta! Bom, muito bom. Pior do que o provérbio ‘ladrão que rouba ladrão…’ (que, só por ser provérbio, já é pior do que vocês imaginam)…
Hum, deixaste-me com vontade de o ouvir …
já fiz pesquisa no soulseek e só encontro o single e a remistura jaque lu conte. 🙁 talvez para a semana já circulem mais faixas.
Very well said.