No dia em que fazia 39 anos suicidou-se. Deixou um post-it, colado ao espelho, onde apenas lamentava nunca ter conhecido o amor.
E no entanto ele só queria ter podido acordar atrasado, sair da cama e sentir-se puxado por uma mão ainda dormente e, antes de deixar a casa a correr, baixar-se para beijar o corpo prostrado.
e assim se mantém o espírito em que se encontra a fila da frente…
Um ‘buuu’ para o inventor dos post-its. Uma nota suicida num papelito amarelo é uma coisa tão descartável…
as notas suicidas, como tantas outras coisas, não se querem duradouras – e a invenção do post-it é um caso de inovação que chega a ser discutido no meio académico.
Sim, eu até gosto de post-its… Amarelos, cor-de-rosa, verdes, não interessa. Mas pode ser do meu imaginário de novela do século XIX, uma carta escrita com vagar e consciência, dobrada com mil cuidados, impecavelmente fechada num envelope… Afinal é a última memória a sobreviver ao suicida, merece mais consideração e empenho que um papelito fabricado em grande escala algures!
Então mas o que dizia o Post-it concretamente?
acho que vou conseguir comentar desta vez.
pronto. o problema foi descoberto. é a minha firewall.
Eu acho que as notas de suicídio só deviam permitir escrever isto: “eu acho que a vida não me correu bem por causa de vocês, por isso aqui fica esta nota para sofrerem também um bocadinho. pois, eu sempre tive mais jeito para provocar sentimentos nas pessoas pela negativa, mas ao menos assim sabia que elas sentiam alguma coisa por mim. azar. vão-se foder. a culpa é vossa.”
ok, não sei se isto cabia num post-it. talvez com letra pequenina e sem riscar nada. mas agora podia actualizar o aforismo do Fernando Pessoa de que as cartas de amor são ridículas. é que as notas de suicídio também são ridículas.
Gosto da ideia de ele ir escrevendo post-its pela casa. Tipo contagem decrescente… Ou tipo os últimos pensamentos… Ou então fazer uma caça ao tesouro, tipo caça ao cadáver, usando post-its em forma de seta…
Acho que tenho de deixar de dizer “tipo”…
Joana: Tipo ya 😛
Gostei da tua ideia, quando for velho vou fazer isso.
balelas. isso é música dos smiths a mais.
Não… acho que os smiths n usam post-its…
O meu quarto está submersp em post-its, mas nenhum deles contém uma razão válida para o suicídio.
A menos que alzheimer precoce seja, per se, uma boa razão para o suicídio. Bem, de facto, a suicidar-me seria precisamente por uma coisa assim – alzheimer, parkinson ou qualquer coisa que me fizesse deixar de ser quem sou…
Se tivesses alzheimer perdias a capacidade de escrever. Ou não sabias onde andavam estavam os post-its, perdidos numa gaveta outrora muito usada. O melhor é preparar tudo desde já, nunca se sabe quando a vontade dá!