am-fm

Depois da primeira audição de AM-FM percebe-se que os The Gift estão diferentes. Não são os Gift épicos de Film, nem os Gift mais imediatos de Vinyl. São agora uns Gift meticulosos, mais dados à electrónica e que não se importam de piscar o olho à Islândia. A Sónia Tavares gostaria talvez de se chamar Sönja e ser parecida com a Björk; o resto da banda não se importaria de ser como os Múm ou os Sigur Rós – e isso nota-se demais neste disco. Mas adiante.

O álbum é bom: as canções são mais maduras, as letras também. ‘Driving You Slow’ tem potencial para ser um hino pós ‘Ok! Do You Want Something Simple?’, ‘Music’ é uma das melodias mais bem conseguidas do grupo – e um dos melhores temas do disco – e há ainda campo para algumas novidades, como a sonoridade mais r&b de ‘11.33’.

Para ouvir, mas com cuidado.

8 Replies to “am-fm”

  1. “arranjos e soluções sonoras da mais pura bichice” é lindo 😆

    o que mais me irrita neste último é que as ditas ‘referências’ (que no caso do Guess Why é *mesmo* mais do que uma referência – oiça-se o Smell Memory dos Múm) são todas de coisas que tenho ouvido bastante ultimamente.

  2. Comprar um álbum dos Gift é como ir aos pastéis de Belém e perguntar se não há daqueles pastéis de nata que vendem no Continente.

  3. Não os acho nada chatos…
    É óbvio que não têm a agitação de uma Britney Spears, mas também não é isso que se espera de um grupo alternativo…
    Quanto a referências, são sempre difíceis, se não mesmo impossíveis, de evitar, havendo apenas quem as consiga disfarçar melhor que outros…
    De resto, é a modos que binário, com mais calma no AM, mais agitação no FM…
    Tal como Björk e Sigur Rós, e porque de resto estão num género próximo (o chamado alternativo, onde também se mete Rufus Wainwright, face à aparente falta de descrições mais específicas) não me parece que seja música para todos… Só para quem gosta… Umas músicas mais “fácei” de ouvir que outras!

  4. O ‘You Know’ é Strokes, o ‘1977’ é Pet Shop Boys, o ‘Guess Why’ é Múm…

    O problema dos Gift sempre foram as “referências” 🙂

  5. Os Gift deste disco são um bocado menos medianos, mas mesmo assim ainda têm muitas músicas chatas. A “You Know” é The Strokes! As minhas preferidas so far são o “Driving you slow” e “Cube”. De notar ainda que naquela música que tem um sample da Rádio Pirata no Clinic, ouve-se as pessoas e eu estava lá nesse dia! Já tentei reconhecer a minha voz, mas acho que não me apanharam.

    Por falar em Sónia e Björk, a minha parte preferida do conjunto de filmagens do DVD é quando ela pergunta: “o meu cabelo não está parecido com o da Björk?”. De resto, esse diário de viagem é horrível! Só asneiras… Duh.

  6. Puto, tu és novo. 😉 Ser alternativo não é sinónimo de vender pouco. E qualquer dia vais saber que “alternativo” já não é bom adjectivo para bande nenhuma. Os Gift são pop, com uma boa vocalista mas com arranjos e soluções sonoras da mais pura bichice.

    Por falar em “referências”, o álbum que correntemente mais gosto é o Vynil. É o que tem mais referências, mas como já não ouço Divine Comedy há algum tempo, sabe-me bem. Principalmnte as músicas com letra mais adolescente.

  7. Sinto falta da sonoridade «Me, Myself and I». Ou tantas outras que nos transportavam para lá das cordas dos instrumentos de orquestra… Ouvi, mas não digeri de ânimo leve. Será apenas mais um disco [embora com uma excelente apresentação] na minha ludoteca! =)

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