da polónia com amor

Invasão de palco num concerto de grupos corais? Não, não aconteceu – mas podia ter acontecido. Percebe-se neste festival que a relação das pessoas com a música é uma coisa estranha. Ali estavam em palco seis grupos corais e uma orquestra de 30 elementos. A ver, imensa gente sentada – novos, velhos, gente da terra e de fora – e, em frente ao palco, os ditos freaks saltavam e dançavam. Aquilo não era folclore, era freaklore. Mas o concerto foi fraco. No site do festival alguém pergunta se o cante nu continuaria a soar genuíno vestido das cordas de uma orquestra?. A resposta é não. O projecto é pretensioso, muito ao estilo “oh p’ra nós tão portugueses” ou “vamos lá tirar esta gente do campo, que isto sem orquestra não tem piada”. Os Warsaw Vilagge Band tocaram já para um público mais pequeno, mas ainda grande para um quinta-feira à noite. As expectativas eram altas, mas o concerto não esteve à altura. São bons, mas não muito, e piscam o olho aos Hedningarna vezes a mais.
No segundo dia, o voz deSavina Yannatou encheu o castelo. A Savina é uma espécie de Diamanda Galas, versão ‘diet’ e sem rituais de sangue em palco. Foi bonito. O David Murray foi a seca que já se esperava – 3 horas de puro entretenimento de cruzeiro. O ínicio não foi mau, mas descambou pouco depois. Ainda assim, conseguiu ser menos mau que Tom Zé: drogas a mais e intervencionismo de algibeira – maldito sejas David Byrne, por ter redescoberto este senhor. Foi pena, estava convencido de que iria gostar.
A cidade esteve cheia durante estes dias, mas o festival podia ter corrido melhor.

4 Replies to “da polónia com amor”

  1. ahhh!

    Dizer mal do Tom Zé não está legal!! :/

    O Senhor é uma instituição. Já tive oportunidade de o ver ao vivo duas vezes e achei sempre brilhante.

    Claro que é uma opinião pessoal. Mas alguns amigos meus que foram a Sines adoraram o Tom Zé.

    Tom Zé em disco é especialmente importante para perceber o Tropicalismo. Os tropicalistas ficaram todos xaroposos e o Tom Zé voltou para mostrar aos Caetanos e Ritas de Terras de Vera Cruz que com 70 anos ainda é possível ser radical, inovador e renovar a música popular brasileira.

    VIVA TOM ZÉ! 😉

    little p

    ps: olá! belo blog renovado.

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